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Ao promover, em sua obra, o esvaziamento dos discursos veiculados na crônica política da atualidade, Helô Sanvoy preenche de sentido a sua proposta plástica. Simultaneamente, ele joga com a oposição entre a amnésia e o resgate mnemônico de fragmentos de informações, armazenados por todos nós diariamente a partir dos extratos dos mass-media. Ao negar o discurso pronto dos jornais, o artista convida o espectador a completar sua obra, a recompor as páginas com sua escritura particular filtrada pela memória de fatos, para, enfim, determinar o conteúdo de sua própria leitura.

 Carlos Sena Passos. 

 

 

Apontando para outro diálogo possível, passamos a conversar com o trabalho textual que Helô Sanvoy se propõe a realizar. Helô desenha ao exercitar as ações de ler, marcar, apontar, riscar, enfatizar partes de livros, jornais e revistas, produzindo ora sobreposições de camadas translúcidas dos papéis, ora a falta de letras e palavras onde antes efetuaria a sua leitura. Também é possível que a leitura seja ativada em uma imagem já impressa no papel jornal deixada pelo artista. Ao selecionar folhas de jornais impressos, sua estratégia permite transitar no limite do texto,  reorganizar suas lacunas, elementos dados a serem vistos e lidos ou mesmo o impedimento dessa leitura habitual, já que, no processo de construção da imagem, o artista veda ao espectador a possibilidade de chegar ao “texto original”. Nestas páginas duplas e impressas de um jornal cotidiano, o que passamos, então, a tentar ler, mesmo que em sua impossibilidade de leitura total, são os próprios movimentos dos desenhos impressos, ou recortados da superfície do papel. 

 

Glayson Arcanjo.

Das Dores do Corpo

Na série de trabalhos "Sem Título", Helô Sanvoy lida com a ausência de material escrito, provocando uma espécie de esvaziamento das narrativas estampadas nas páginas de jornais e revistas, utilizados pelo artista como base e meio para sua produção. Ao mesmo tempo em que esvazia esses suportes, Sanvoy preenche as lacunas com discursos estéticos e poéticos que denunciam as dores do mundo e que, de certa forma, negam aquelas informações prontas dos meios de comunicação, levando o fruidor a tentar completar as lacunas a partir de elementos de uma memória coletiva.

Paulo Henrique Silva.

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