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Espaço sem nome

...Os trabalhos que agora são apresentados partem de duas pesquisas do artista. A primeira é com jornais. Ali ele trabalha a retirada de textos por meio de recortes, deixando apenas o grid de diagramação. Sanvoy entende o jornal como signo do que é trabalhado na sociedade. “O jornal carrega uma carga de significado muito grande. E quando estou trabalhando com ele retirando essas informações, estou manipulando um signo, não o material em si. É um jogo de manipulação e de espaços vazados”. A outra é a das marcações de leituras de livros. Essas marcações passam para o papel vegetal. “O livro está sujeito à questão do tempo linear. É uma página após a outra, uma palavra após a outra. O papel vegetal possibilitava ver várias camadas de páginas em uma mesma superfície”. Além de permitir um jogo de provocação de esvaziamento do olhar, cria novas camadas de visão.

Para Sanvoy, o jornal como um diário social é pautado pelo olhar da empresa, de quem escreve, de quem o dirige. Ao subtrair textos e imagens, o artista cria espaços em branco que se tornam espaços de criação. Cada quadrado recortado por ser preenchido pelo olhar de quem vê a obra. A ausência de textos projeta a possibilidade de novas narrativas sobre o espaço, como acontece quando retira dos livros as linhas de texto. São criados traços que remetem ao período da leitura, criando um mapa que cria possibilidades de novas narrativas. Para a mostra “Hiato”, Sanvoy apresenta trabalhos inéditos em pintura e vídeo.

Luiz Alberto Osório

Fragmento de matéria 

"https://www.portalaquitem.com.br/dobras-de-elyeser-szturm-e-hiato-de-helo-sanvoy/"

Helô Sanvoy

Vista da exposição “Hiato”. Referência Galeria de Arte. Brasília-DF.

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